Erradicar a fome é cuidar da terra, do meio ambiente, da saúde, da educação, da igualdade de direitos, das políticas públicas. É uma missão que exige cada vez mais o engajamento de toda a sociedade, de uma forma sistêmica. Em alusão ao Dia Mundial da Alimentação, em 16 de outubro, a ONG Banco de Alimentos promove uma série de diálogos com o tema Uma nova visão sobre o combate à fome, com o objetivo de ampliar o olhar não apenas sobre a fome de comida mas sobre as várias fomes que afetam os brasileiros. Os diálogos terão como convidados o filósofo e educador Mario Sergio Cortella; o advogado e professor de direito ambiental, Tasso Cipriano; e a ambientalista Adriana Charoux, estrategista sênior no Greenpeace. Assista no Facebook da ONG Banco de Alimentos – /bancodealimentos!
No mês em que se comemora o Dia Mundial da Alimentação, dia 16 de outubro, a ONG Banco de Alimentos promove diálogos com o tema Uma nova visão sobre o combate à fome, trazendo para o debate personalidades inspiradoras e o seu olhar sobre a problemática da fome. O objetivo é expandir o diálogo na sociedade para a questão do combate à fome no país, dentro de uma visão sistêmica, fazendo com que mais e mais pessoas abracem a causa. No primeiro diálogo, no dia 15 de outubro, às 19h, Luciana Chinaglia Quintão, presidente e fundadora da ONG Banco de Alimentos recebe a ambientalista Adriana Charoux, estrategista sênior do Greenpeace e coordenadora da campanha Agroecologia contra a Fome, e o advogado e professor de direito ambiental, Tasso Cipriano. No segundo diálogo, que acontece no dia 16 de outubro, às 16h, o convidado será o filósofo e educador Mario Sergio Cortella. Os encontros acontecem no Facebook da ONG Banco de Alimentos – /bancodealimentos.
“O objetivo é trazer pessoas proeminentes em outras áreas da sociedade civil, que não nutrição e alimentação, para ampliar o envolvimento de todos para a questão do enfrentamento da fome. São pessoas influentes, respeitadas, que podem trazer a sua inspiração para o debate deste tema social, com uma nova visão que seja mais sistêmica”, afirma Luciana Chinaglia Quintão. Segundo Luciana, a fome é um problema secular no Brasil. Hoje, cerca de 117 milhões de brasileiros, mais da metade da população, vivem em estado de insegurança alimentar, sem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, desalentados em meio à pobreza e desnutrição. “A fome dói, mata e constitui-se em um abuso social, uma vez que impede o desenvolvimento físico e mental de um ser humano e o exclui da sociedade. E não há apenas fome de comida. Há fome de justiça, de amor, de transporte, de saúde, de moradia e de educação”, destaca Luciana.
O mundo está muito distante de atingir a meta de acabar com a fome, conforme prevê a Agenda 2030. Segundo dados das Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 811 milhões de pessoas passaram fome no mundo em 2020. Para Luciana, é urgente a mobilização de todos. “Há 23 anos venho combatendo a fome e o desperdício de alimentos no país com a ONG Banco de Alimentos e cada vez mais tenho a certeza de que a verdadeira transformação só virá quando a maioria dos cidadãos se conscientizar da importância de sua atuação em prol do coletivo. Na ONG Banco de Alimentos temos estruturado, incansavelmente, ações que possam levar consciência à sociedade como um todo, uma vez que é urgente ter um olhar para o coletivo e entrar em ação rapidamente. Acredito que só assim, de forma articulada e em rede, conseguiremos nos aproximar de uma sociedade mais humana e sustentável”, destaca Luciana.
É nesse contexto que se inserem os diálogos com o tema Uma nova visão sobre o combate à fome, promovidos na semana em que acontece o Dia Mundial da Alimentação, para inspirar para o debate e para a ação cada cidadão, na sua área de atuação, dentro das suas possibilidades, mas com o coração aberto para transformar, para construir um mundo melhor.
Prover alimentos em quantidade e qualidade suficiente a toda a população é uma questão que envolve toda a cadeia alimentar, do produtor ao consumidor final. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), um terço dos alimentos produzidos no mundo é desperdiçado, o que representa1,3 bilhão de toneladas de alimentos. O processo de produção destes alimentos perdidos responde por 8% das emissões de gases de efeito estufa. No Brasil, 27 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas em média a cada ano, também levando em conta toda a cadeia alimentar, da produção ao consumo final, segundo dados da FAO/ONU. “O desperdício é uma desordem social, uma grande negligência – pessoas, empresas e governos produzem e consomem de forma a desperdiçar recursos que solapam outras pessoas e destroem o meio ambiente”, diz Luciana.
Por outro lado, as doações de alimentos aumentaram durante a crise da pandemia, mas estão longe de corresponder ao necessário. A legislação de proteção aos doadores, Lei No 14.016, só promulgada no ano de 2020, que dispõe sobre o combate ao desperdício de alimentos e a doação de excedentes de alimentos para o consumo humano, finalmente eximiu o doador de boa fé de incorrer em qualquer tipo de dolo, abrindo uma brecha para mudar o comportamento da sociedade como um todo, inclusive para que os restaurantes doassem mais. Na prática, porém, os efeitos ainda são muito limitados. Há um longo caminho a percorrer para que de fato haja mudanças significativas.
Participe dos diálogos da ONG Banco de Alimentos e venha junto com a gente construir uma nova visão sobre o combate à fome!
Uma nova visão sobre o combate à fome
ONDE
Facebook da ONG Banco de Alimentos – /bancodealimentos
DATAS E HORÁRIOS
Dia 15 de outubro, sexta-feira, às 19h
Convidados: Adriana Charoux, estrategista sênior do Greenpeace e coordenadora da campanha Agroecologia contra a Fome; e Tasso Cipriano, advogado e professor de direito ambiental
Dia 16 de outubro, sábado, às 16h
Convidado: Mario Sergio Cortella, filósofo e educador.
Sobre a ONG Banco de Alimentos
Criada pela economista Luciana Chinaglia Quintão, a ONG Banco de Alimentos trabalha há 23 anos no combate à fome e ao desperdício de alimentos no Brasil. É uma organização pioneira no âmbito da sociedade civil, com ações integradas voltadas a “Alimentar, Educar e Transformar”. Por meio do trabalho denominado Colheita Urbana, recolhe alimentos no campo, na indústria e no comércio que são sobras de comercialização pela perda de seu valor comercial, mas que estão perfeitos para o consumo. Dessa forma, reduz o desperdício e entrega os alimentos para entidades sociais, minimizando os efeitos da fome e possibilitando a complementação alimentar de qualidade em 42 entidades assistidas continuamente, que atendem mais de 23 mil pessoas na região da Grande São Paulo. Além da Colheita Urbana, a ONG Banco de Alimentos atua nos pilares Educação Nutricional, Conscientização e Assistência Social.
Durante a pandemia, a ONG Banco de Alimentos, em ação de ajuda humanitária, estruturou uma rede colaborativa de mais de 300 entidades sociais que passaram a ser beneficiadas pela doação de alimentos. Entre abril de 2020 e março de 2021, distribuiu o total de 5.261.652 quilos de alimentos via Colheita Urbana, cestas básicas e cartões/cestas digitais, trabalho que continua a ser desenvolvido. Apenas em agosto de 2021 foram distribuídos 86 mil quilos de alimentos via Colheita Urbana; 114 mil quilos de alimentos em cestas básicas: e 26 mil quilos em cartões e cestas digitais, que chegaram a mais de 62 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social.
As ações desenvolvidas pela ONG Banco de Alimentos em todas as frentes, além realizarem a ponte entre os dois Brasis – o Brasil que passa fome e o Brasil que desperdiça alimentos todos os dias –, são ações estruturadas incansavelmente para que seja possível atingir um objetivo maior: o de trazer consciência à sociedade como um todo para a questão urgente do combate à fome no país.